Poemas Perdidos: Eu

 



A busca por identidade na juventude


Há momentos na vida em que nos olhamos ao espelho e não sabemos exatamente quem somos. A adolescência é, muitas vezes, esse espelho distorcido, onde a identidade oscila entre certezas e dúvidas, entre sonhos e perdas.
Este poema nasceu desse sentimento. Uma conversa interna, quase filosófica, onde a pergunta "Quem és?" tenta em vão encontrar uma resposta.
Na altura, escrevê-lo foi mais do que um exercício poético – foi um reflexo das inquietações que carregava. A sensação de querer ser igual aos demais, mas simultaneamente ansiar pela diferença e originalidade; tanto de vida como de pensamentos. Uma dicotomia oposta de identificação com a sociedade, em choque com o inconformismo do pensamento vigente.

Eu


Uma voz monótona incomoda-me.
Quem és?
Quem és?
Sou eu.
Eu?
Sim… Talvez. Diz-me quem sou.

Não sei.
Alguém que saltou, sonhou, riu.
Alguém que viu, quis… e perdeu.

Mas não é sempre assim?
Os sonhos, as esperanças,
As visões.
Tudo meras ilusões
De uma vida que teima em viver,
Desdenhando a angústia,
Desafiando a morte.

E eu?

Explorando o tema do poema

Este poema apresenta um diálogo interno, onde a identidade é questionada de forma quase filosófica. Há um contraste entre a euforia dos sonhos e a inevitável frustração das perdas, como se a vida oscilasse entre esperança e desilusão.
A estrutura reforça esse tom existencialista, com frases curtas e incisivas que criam uma sensação de incerteza. O ritmo quase fragmentado sugere que o eu-lírico procura respostas, mas não as encontra, ou talvez tema encontrá-las.
A pergunta final, isolada, dá ao poema um desfecho aberto – a identidade permanece um mistério, uma busca inacabada.

Olhando para trás, olhando para agora

Se pudesse falar com o jovem que escreveu este poema, dir-lhe-ia que a identidade não é uma resposta fixa, mas um processo em constante construção.
Na altura, talvez tivesse medo de não saber quem era. Hoje, percebo que essa dúvida faz parte da jornada. Existe uma constante reavaliação de quem somos, baseado em quem fomos e rumando a quem aspiramos ser. Um equilíbrio frágil, mas necessário se quisermos experimentar uma vida satisfatória.
Dir-lhe-ia que não tivesse medo de assumir a sua personalidade mesmo que, à primeira vista, parecesse desviada da norma. No final de contas, quem somos, é a única coisa que é verdadeiramente nosso.




E tu, já te sentiste assim? Já questionaste quem és, sem encontrar uma resposta definitiva?

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